terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Melhor do que ser surdo (?)

Meu vizinho comprou um órgão eletrônico. Investiu uma grana no equipamento, mas nenhuma no aprendizado. Passa o dia botando (pseudo)ritmos sintetizados e socando as teclas que reproduzem 212 tipos de instrumentos, todos iguais. Lembra um navio buzinando no meio do nevoeiro. Só sai música (bom, algo semelhante a) quando ele manda o dedo na tecla "demo". Que eu achava que era de "demonstração", mas acho que é Demo, mesmo. O próprio capiroxo deve ter programado essa maquininha de fazer doido. E pelo jeito, o instrumento era utilizado para animar casamentos em bufês low budget: "Champanhe" emenda em "Emoções" que emenda em "Guantanamera" que emenda em "Sapore de Sale" que emenda na minha janela da sala batendo.

Eu gostaria de propor às autoridades competentes que se estabelecesse o porte de armas para quem quisesse comprar órgãos ou teclados com ritmos. Porte esse que seria avaliado por uma banca que não o liberaria até que o proponente tocasse algo semelhante a, digamos, Oscar Peterson.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Teatro é uma praga que eu adoro

Palco dá saudades. Faz um tempo legal que eu não participo de uma peça no melhor (ou pior, vai do prisma adotado) estilo. Estive no Nunca Se Sábado, que é legal, eu adoro, mas não é no esquemão de teatro, com leitura, mesa, ensaio... É um tanto difícil explicar porque essas coisas - chatas, em si - me fazem falta. Quando estou no meio do processo eu o odeio, acho um saco, ensaiar é um mal necessário, produzir é o ó do borogodó, a coisa parece que nunca sai do mesmo lugar, xingo e esperneio. Mas a verdade é que me faz falta conviver nesse meio de doidos. Vai entender. Mordida de lobisomem deve ser assim também. É uma maldição, mas que deve ser bom correr que nem lobo de noite, deve.
 
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