Meu vizinho comprou um órgão eletrônico. Investiu uma grana no equipamento, mas nenhuma no aprendizado. Passa o dia botando (pseudo)ritmos sintetizados e socando as teclas que reproduzem 212 tipos de instrumentos, todos iguais. Lembra um navio buzinando no meio do nevoeiro. Só sai música (bom, algo semelhante a) quando ele manda o dedo na tecla "demo". Que eu achava que era de "demonstração", mas acho que é Demo, mesmo. O próprio capiroxo deve ter programado essa maquininha de fazer doido. E pelo jeito, o instrumento era utilizado para animar casamentos em bufês low budget: "Champanhe" emenda em "Emoções" que emenda em "Guantanamera" que emenda em "Sapore de Sale" que emenda na minha janela da sala batendo.
Eu gostaria de propor às autoridades competentes que se estabelecesse o porte de armas para quem quisesse comprar órgãos ou teclados com ritmos. Porte esse que seria avaliado por uma banca que não o liberaria até que o proponente tocasse algo semelhante a, digamos, Oscar Peterson.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Melhor do que ser surdo (?)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário